03/07/11

julho 2011 - pais


– Então? Não vens dormir?
Clara sorriu. Ia, mas parara ali, encostada à porta, a espiar o sono do Filipe.
– Ele não foge, sabes? – gozou o marido.
– Juras? Mesmo…?
Não era uma pergunta, era uma brincadeira. As pernas mal cabiam na cama, o quarto estava num desalinho, os posters enchiam as paredes e os sonhos. Estava quase no tempo de abrir a gaiola e deixá-lo voar.
O marido abraçou-a.
– Lamechas… – disse-lhe ao ouvido, tentando disfarçar os olhos comovidos.
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres) 

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