Não se reconhecia. A
perda inesperada do seu filho Luís levara-lhe parte de si. Os dias sabiam a saudade.
As saudades, dolorosamente, deslapidavam o seu coração. Havia um vazio
inexplicável que a demolia de cada vez que tentava reerguer-se. Tinha a Maria e
era preciso ficar por ela. Não reparou no nada em que se transformara senão
quando Maria lhe suplicou:
– Mãe, ainda estou cá.
Não me deixes…
E metade de si, apenas
metade, ficaria…Viveria morrendo…
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 74
– nada em que se transformara
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